terça-feira, 17 de maio de 2011

Em sua jornada, entra em contato com o homem ocidental. Produto deste choque cultural, todo um apanhado de códigos sociais presentes em nossa sociedade que inexistem no mundo de Xi e vice-versa. Interessante observar como a idéia de propriedade privada vêm a tona novamente no filme, na seqüência onde o selvagem resolve saciar sua fome matando um animal que julga ser de todos e de ninguém ao mesmo tempo. As consequências deste ato e seus desdobramentos são mostrados de uma maneira linear, semelhante a um rito processual, desde sua fase inquisitória com a prisão de Xi até sua fase acusatória, quando é julgado e declarado culpado no tribunal, culminando com sua prisão. Na visão ocidental, uma transgressão a lei punida com cerceamento de sua liberdade. Na do protagonista, um festival de ritos e códigos morais estranhos ao seu arcabouço social e cultural. Normas sociais tão herméticas ao seu modo livre de vida quanto às paredes que o mantinha preso, mas que graças ao sensível roteirista do filme, ganha novamente sua liberdade, permitindo concluir sua jornada até o “fim do mundo”, lançando ao infinito dos Deuses o objeto fruto de toda a picardia antropológica. O resto é Coca-Cola.

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